sábado, 8 de novembro de 2008

Diversão sustentável no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi


O Goeldi, em parceria com a Associação Cultural Grupo Teatro do Ofício, aborda o tema da responsabilidade ambiental em oficinas que falam na linguagem das crianças. Atividades integram temporada da peça
“Uma Flor para “Linda Flora””, que acontece em novembro, no Auditório“Alexandre Rodrigues Ferreira”, do Parque Zoobotânico.

Agência Museu Goeldi - O que antes era lixo, agora é ferramenta de entretenimento e de conscientização ambiental no Parque Zoobotânico (PZB), do Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém (PA). Desde a quarta-feira, dia 5, crianças buscam o Parque para participar de oficina lúdica que, promovida pelo Serviço de Educação e Extensão Cultural (SEC), do MPEG, em parceria com o Grupo Teatro do Ofício, ensina os pequeninos a transformar garrafas pet e outros resíduos em brinquedos que deram asas à imaginação de outras gerações, como o puxa-puxa. Intitulada “Construção de Brinquedos com Pets”, a oficina volta a acontecer nas quartas-feiras, dias 12 e 19 de novembro, na Sala de Arte e Ciência do SEC, ao lado da Biblioteca Maria Clara Galvão, no Parque do Goeldi.

A atividade foi ministrada pelo ator Carlos Henrique, um dos fundadores do Grupo Teatro do Ofício, equipe de atores que, a partir da sexta-feira, dia 7, traz para o palco do Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, do PZB, a peça “Uma Flor para “Linda Flora””, cujo texto é de autoria do dramaturgo paraense Carlos Correia Santos. A oficina “Construção de Brinquedos com Pets” integra a programação da temporada do espetáculo no Parque Zoobotânico.

Brincando com o lixo - “O objetivo da oficina é trabalhar o lúdico para levantar questões da conservação do meio ambiente, promovendo um link com o espetáculo, que narra a saga de “Tulho”, um menino de en”Tulho” que se apaixona pela “Linda Flora”, num amor impossível. A peça foi trabalhada numa proposta de material reciclado, utilizado tanto no figurino dos personagens como no cenário”, conta Carlos Henrique, que mostrou para 20 crianças como transformar garrafas pets das mais variadas cores e tamanhos em brinquedos que ficaram para trás com o passar do tempo.

“A gente propôs trazer um pouco da nossa experiência com material reciclado para as crianças, que compõem o público do Museu, numa ligação entre a dramaturgia e a prática da educação ambiental”, diz o ator. A oficina que ele ministrou também teve um caráter de inclusão social, pois cinco crianças surdas, da Unidade de Educação Especializada (UEE) Astério de Campos, parceira do Goeldi, também puderam colocar a criatividade em prática por meio dos resíduos em pet. Para isso, foi fundamental a participação de Raquel Ferreira, bolsista do SEC, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Ao final da atividade, via-se a menina Rafaela Reis, de 9 anos, divertir-se com seu novo brinquedo em frente à Sala de Arte e Ciência, do SEC: um puxa-puxa feito de garrafas pet e barbante. Junto com ela, mais 19 crianças, dentre as quais, integrantes do Clube do Pesquisador Mirim, do Museu Goeldi, entretinham-se com os novos passatempos sustentáveis.

Para Carlos Henrique, isso é uma recompensa, pois, segundo ele, a oficina quer formar cidadãos conscientes e responsáveis, que, desde criança, não joguem garrafas pet nas ruas, já sabendo dos danos sócio-ambientais. “Ensinando isso de maneira lúdica, a coisa fica muito mais gostosa e eles aprendem com mais facilidade”, finaliza o instrutor.

Construção de brinquedos e criação de bonecos – Os interessados em participar da oficina “Construção de Brinquedos com Pets” nos dias 12 e 19 devem procurar a Biblioteca Maria Clara Galvão, do Parque Zoobotânico (Avenida Magalhães Barata, 376), para realizar a inscrição. São 20 vagas ofertadas, sendo que cinco são voltadas para crianças portadoras de necessidades especiais da UEE Astério de Campos. No dia 12, a atividade também será realizada no horário da manhã, das 8h às 11h. Já na quarta-feira, dia 19, a oficina acontecerá no turno da tarde, das 14h30 às 17h, para atender às crianças que estudam no período matutino.

Embora os personagens da peça “Uma Flor para “Linda Flora”” sejam de carne e osso, as crianças que visitarem o Parque Zoobotânico no mês de novembro aprenderão também a criar e manusear fantoches na oficina “Criação e Manipulação de Bonecos de Luva”, que acontecerá nos dias 17, 18 e 21, das 8h às 11h; e nos dias 19, 20 e 21, das 14h30 às 17h. O evento terá lugar na Sala de Arte e Ciência, do SEC.

O instrutor da atividade será o ator Marcelo Andrade, do Grupo de Teatro “Ofício”, que, no espetáculo, interpreta o personagem “Bom Ar”. A oficina é dedicada a educadores, universitários e crianças a partir de 12 anos. Hilma Guedes, educadora do Goeldi, explica que os dois primeiros dias do evento serão reservados para a produção dos fantoches,
a ser apresentados no último dia.

“Criação e Manipulação de Bonecos de Luva” é uma parceria do Museu Goeldi e Grupo de Teatro “Ofício”. Para participar, também é necessário realizar a inscrição na Biblioteca Maria Clara Galvão. São 15 vagas disponíveis para cada turno, matutino e vespertino.

“Uma Flor para “Linda Flora” – Com texto de Carlos Correia Santos, a peça narra a história do solitário “Tulho”, um “Menino de En"Tulho"”, que se apaixona pela “Linda Flora”, a princesa, filha da Mãe Natureza com o Meio Ambiente. O espetáculo mostra a saga de “Tulho” na busca por uma revolução de valores e da flor mais pura que há. Só assim, poderá ficar com a princesa “Linda Flora”.

A abertura da temporada no Goeldi acontece nessa sexta-feira, dia 7, às 19h, no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, do Parque Zoobotânico. Até o dia 30 de novembro, “Uma Flora para “Linda Flora”” será encenada sempre às sextas e aos sábados e domingos, às 19h, 18h e 10h30, respectivamente, no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, do Parque Zoobotânico, com entrada pela Avenida Magalhães Barata.

O ingresso custa R$ 15, com meia-entrada para estudantes, exceto aos domingos, quando a peça acontece para funcionários do Museu, participantes da oficina “Construção de Brinquedos com Pets” e para os primeiros 50 visitantes que entrarem no Parque Zoobotânico.

Texto: Antonio Fausto, Agência Museu Goeldi.

Leia a matéria aqui no site do Museu Paraense Emilio Goedi

E aqui no Diário do Pará

Enviar para o Twitter

Entrevista ao Balaio Virtual

Teatro do Ofício: dramaturgia paraense

Cada integrante do grupo traz consigo a experiência dos ofícios exercidos em suas trajetórias artísticas e se propõe a um revezamento de funções. É esta a tônica do grupo teatral fundado por Stéfano Paixão, Luiz Fernando Vaz, Carlos Henrique, Leonardo Cardoso, Kleber Farias, Marcelo Andrade e Gisele Guedes.

E é daí que surge o nome Grupo Teatro do Ofício, que está encenando a peça 'Uma Flor para Linda Flora', durante este mês no Museu Emílio Goeldi, em Belém. Nesta semana, o Portal ORM conversou com os integrantes do grupo que falam da temática da peça, da paixão pelo teatro e das experiências na dramaturgia. Acompanhe a entrevista!

Portal ORM - O Grupo Teatro do Ofício estréia com Uma Flor para Linda Flora, de Carlos Correia Santos. A peça foi contemplada pelo Edital de Fomento às Artes Cênicas (Prêmio Cláudio Barradas), promovido pela Secult e traz à cena um tema relativo ao meio ambiente. Como esse tema se desdobra no enredo de Uma Flor para Linda Flora?

Grupo Teatro do Ofício - Tulho, o protagonista, é um menino feito de lixo e entulho que acredita não servir mais pra nada e que ninguém dá importância. Até que aparece uma princesa chamada Linda Flora que acredita que pode haver um romance entre os dois. Mas com uma condição: que Tulho encontre a flor mais pura que existe.

Nessa jornada Tulho encontra-se com personagens que são afetados pela sujeira e pela poluição, com os quais aprende valiosíssimas lições sobre a poluição do ar e das águas, acerca da má educação dos que não jogam o lixo no lixo. Tudo isso com muita brincadeira e poesia. Vale ressaltar que quase 100% do material usado no espetáculo é reciclagem. Em suma, o espetáculo reciclou, recicla e quer reciclar ainda mais, não só lixo, mas também mentalidades.

Portal ORM - Como surgiu o grupo?

Grupo Teatro do Ofício - Surgiu no início desse ano. Tivemos o privilégio de ter trabalhado com diretores como Paulo Santana que, no Palha e na Usina de Teatro da Unama, sempre estimulou o exercício total da carpintaria e do fazer teatral. Juntou-se toda uma equipe de atores e técnicos versados em vários ofícios teatrais depois de um desmembramento destes grupos.

A palavra de ordem foi: vamos fazer, botar a mão na massa. Era isso ou viraríamos todos balconistas de farmácia. Mas o grupo, em verdade, surge é agora. Um grupo não se faz com uma reunião pra se bolar um nome, se faz em um processo diário de luta, sacrifício e entrega. Os que sobrevivem à gestação e ao dolorido parto se sentem como grupo e ponto final.

Portal ORM - Qual a importância de se formar um Grupo de Teatro com esse objetivo multifuncional que marca o Teatro do Ofício?

Grupo Teatro do Ofício - Daí o nome do grupo. O que almejamos valorizar neste grupo são os ofícios, os talentos. Nada de criação coletiva. Apesar de eu dirigir “Uma Flor para Linda Flora” como um diretor clássico - ansioso, verborrágico e meio maluco – sempre digo para todos: eu ser o diretor desta peça não significa que eu seja o dono do grupo. Estou exercendo uma função, não um cargo vitalício.

Portal ORM - Esse caráter multifuncional do Grupo não teria o propósito de desmitificar a profissão do ator, que é sempre idealizado como aquele que sempre está no palco, em cena?

Grupo Teatro do Ofício - Sim. O ator que sobe no palco só pra brilhar certamente sempre vai ter algo de seu figurino faltando na estréia. O que se nega aprender a iluminar, compor uma trilha ou martelar um prego deixa de perder uma bela oportunidade de se afeiçoar ainda mais ao seu espetáculo. Mas o ator estrela se acalma com elogios, eles são monstros sagrados mesmo. Acho que desmistificar o diretor e o produtor como donos dos grupos é ainda mais urgente. O ator que aprende a fazer de tudo tem mais chances de viver de teatro. Que digam os veteranos.

Portal ORM - Quais são as funções ou os ofícios envolvidos no teatro para os quais o Grupo forma seus participantes?

Grupo Teatro do Ofício - Não temos nada específico tal como cursos ou oficinas para os integrantes. Mas o processo desse espetáculo por si só tem instigado o potencial de todos para outros ofícios. Eu mesmo me surpreendi ao conceber uma trilha para o espetáculo. Outros descobriram que sabem costurar, enquanto uns já ensaiam escrever peças inéditas e experimentam manipulação de bonecos.

Portal ORM - O Teatro do Ofício tem propósito de promover cursos ou oficinas de teatro para quem pretenda iniciar-se na carreira de ator e outros ofícios de teatro? Quais os projetos e perspectivas de execução?

Grupo Teatro do Ofício - Estamos amadurecendo uma parceria com a comunidade do bairro de Canudos, onde em breve começaremos a ministrar oficinas com o objetivo de descobrir novos profissionais dos palcos e dos bastidores. Ainda temos pela frente um processo de legalização, a busca de uma sede, de estrutura própria. Quanto a futuros trabalhos, vamos deixar que os textos nos escolham.

Portal ORM - Que avaliação o Grupo faz da realidade do teatro paraense?

Grupo Teatro do Ofício - A diversidade e a qualidade no teatro paraense é uma realidade. Mas bem que está mais do que na hora dos grupos sérios mostrarem a cara pra bater! Mais urgente do que correr atrás de dinheiro público é a necessidade de se criar lastro artístico para nossos trabalhos se expondo em festivais nacionais e à sabatina de críticos especializados. Os artistas paraenses reclamam que o paraense não gosta de teatro, mas também o público não consegue separar o joio do trigo.

Quem faz teatro com humildade nessa cidade paga o estrago feito pela picaretagem impune. Não há um só crítico de teatro em Belém. Um crítico apontaria ao público o que é consistente e um festival nacional como esse que acontece agora possibilita que se compare o que é feito lá e aqui e se dê a devida referência ao trabalho suado e honesto.

Portal ORM - Ter um projeto aprovado por uma lei de incentivo à cultura ajuda mesmo a conseguir patrocínio ou apoio?

Grupo Teatro do Ofício - Ajuda sim. Mas vai também do esforço da produção e da apresentação do seu projeto. Porém novamente quem trabalha sério sofre por causa da picaretagem e dos golpistas que usam o nome do teatro para outros fins queimando a classe com o empresariado. O patrocinador e o apoiador têm que ser mais respeitados. Não é fácil pagar uma das maiores cargas tributárias do mundo e ser mecenas nesse país.

Portal ORM - Qual a experiência que têm os membros do Teatro do Ofício em outras funções teatrais?

Grupo Teatro do Ofício - Stéfano Paixão além de ator tem experiência como diretor e produtor. Carlos Henrique e Kleber Farias tocam quase todos os instrumentos, da cenografia à maquiagem. Leonardo Cardoso além de atuar, dirige, produz e escreve peças. Marcelo Andrade e Gisele Guedes trabalham com arte-educação e estão pesquisando a manipulação de bonecos. Diego Rocha e Rony Prata são novatos, mas participam da confecção do cenário e dos adereços. Já eu estou empolgado com sonoplastia, produção e direção.

Portal ORM - O gênero dramático é um tipo de fazer literário que, além de divertir e encantar, também funciona eficazmente como recurso didático. De que modo a peça Uma Flor para Linda Flora pode ser tomada como recurso?

Grupo Teatro do Ofício - No reforço dos conteúdos relacionados à educação ambiental, à questão da poluição e do lixo e do cuidado com a natureza. Não tem cartilha nem cartolina, está tudo lá em forma, cor e poesia.

Enviar para o Twitter

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Artefato Cultural







Leia a matéria no site Artefato Cultural Enviar para o Twitter

"Linda Flora" na capa do Portal ORM




Veja a capa na página inicial nos "destaques" em Flash

Leia a matéria aqui Enviar para o Twitter

Teatro do Museu Emílio Goeldi
















































Nesta segunda feira demos entrada no Museu Paraense Emílio Goeldi para montagem de cenário e iluminação do nosso espetáculo.

Os atores fizeram o reconhecimento do palco, do camarim e das coxias. Também ensaiamos para percebermos que o teatro impõe uma outra relação com a voz e com o tempo da peça.

Agradecemos à equipe de educação do Museu por nos ter recebido com muito carinho, e também por ter apostado em nosso potencial e profissionalismo.

Agradecemos especialmente à Wanda Okada, Luiz Videira, Hilma Cristina, Alcemir e ao técnico do teatro Davi Melo.

Sucesso pra todos nós! Enviar para o Twitter

domingo, 2 de novembro de 2008

Mais fotos da pré-estréia no Chalé




Enviar para o Twitter

Uma pré-estréia especial












Nesse sábado, dia 1°, realizamos uma pré-estréia para uma platéia muito especial.

Tivemos a honra de ter uma sessão lotada para a comunidade do bairro de Canudos.

Apesar de nem tudo estar pronto, "Uma Flor para Linda Flora" encantou a todos, especialmente as crianças.

Também foi o nosso último ensaio da peça no Chalé Recepções, que gentilmente nos cedeu seu salão para nossos ensaios e reuniões ao longo destes dois meses de processo. Em contrapartida realizamos uma belíssima apresentação para um bairro que, que na grande maioria do seus habitantes, nunca havia assistido à uma peça teatral.

Nossos agradecimentos imensos a D. Fátima, Léia e Romildo Moraes, proprietários do Chalé Recepções, que acreditaram no nosso trabalho e fizeram parte dessa maravilhosa reciclagem... Enviar para o Twitter