domingo, 13 de fevereiro de 2011

Montagem de "Amadores" rumo à estreia: 12 de maio


Já são quase 6 meses de ensaio de "Amadores". Após a virada do ano surgiram adversidades e contratempos mas os ensaios não pararam. Apesar do diário de bordo desatualizado pretendo neste post atualizar algumas informações e retomar a reflexão sobre o processo de montagem.

O elenco é este: eu, Luiz Fernando Vaz, interpretando Válter; Maíra Monteiro interpretando Leonora; Patusca interpretando Carlota; Rony Hofstatter interpretando Guilherme e apresentando Sol Henriques como a misteriosa Voz Elegante.

Na equipe técnica: cenário e a iluminação são assinados por Kleber Farias; figurinos de Carlos Henrique e Maíra Monteiro e sonoplastia de Sol Henriques. A direção e encenação é deste que vos bloga.

Durante esses meses de ensaios estivemos diante de um intrigante desafio. O texto de Pedro Sette-Câmara é rico em profundidade temática e os personagens são absolutamente a prova de rótulos. Tentei aplicar meus metódos clássicos de direção e amarguei um bom tempo de frustrações e caminhadas em círculo. Só foi quando decidimos trabalhar as relações dos personagens mais a fundo, em uma jornada investigativa de debates e debates, que os mistérios da intrincada dramaturgia de "Amadores" começaram a se abrir para nós. Foram semanas as quais os personagens começaram a surgir perante nós como pessoas que gradualmente aceitavam nossa amizade, nosso olhar precrustador, os abraços e as perguntas insolentes. A cada dia de ensaio uma descoberta, um insight, um segredo revelado. É claro que toda essa proximidade teria que evoluir para uma intimidade cada vez mais profunda, além de uma arrebatadora e cada vez mais intensa paixão em relação a este achado da nova dramaturgia brasileira.

O processo exigiu mudanças de posturas. Vi os atores procurando resgatar aspectos de suas personalidades meio que esquecidos na tentativa de encontrar o tom das personagens, vi o conceito de criação dos técnicos girar 360º. Já eu estive diante de uma total mudança de condução no meu estilo de direção, me surpreendi menos formal e mais interessado nas relações vivas do palco. Com certeza, "Amadores" não seria montado em 2 meses, como na maioria das montagens: é um diamante tenaz que ama mais o esmeril do que a expectativa do balcão de uma joalheria.

Faz uma semana que conseguimos visualizar todas as cenas de "Amadores". A vivência no universo da peça agora é mais orgânica e livre de tensão, a minha visão de encenação é mais clara para todos e os personagens agora é que estão ansiosos para o jogo dramático. Impera uma concentração maior nos ensaios e todos estão mais relaxados para existir naquela ficção proposta. Começamos a ouvir uma musicalidade das cenas, o silêncio é mais palpável. Estamos diante de um abismo convidativo. Não há mais espaço para hesitação. Chegou a hora da entrega. Chegou a hora de se deixar machucar.

Concomitante à excitação dos ensaios, a produção caminha a passos modestos mas seguros. O projeto do espetáculo está afinadíssimo e pronto para contemplar patrocinadores e apoiadores. Muitas parcerias também surgiram e penso que logo podemos comunicar todos de mais e mais conquistas na escalada da tão aguardada estreia.

Ah, e por falar em estreia, estreamos dia 12 de maio no Teatro Cláudio Barradas, em Belém do Pará. Enviar para o Twitter

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