domingo, 12 de setembro de 2010

Amadores - Diário de Bordo - 4º Ensaio(09/09)


O ensaio foi marcado para as 20 horas, e ao chegar ao Espaço Cultural Atores em Cena, estavam presentes apenas o diretor Luiz Fernando, e os atores Rony e Giovana. Recebi a noticia de que Ana Luiza não viria e esperamos então a chegada de Jucelio, que ao chegar deu a noticia de que estaria abandonando o processo por motivos pessoais, o que nos deixou um misto de felicidade por ele e tristes pelo processo.

O diretor, em ímpeto, nos convocou a iniciarmos os trabalhos, propondo que o exercício deixado no ensaio anterior fosse executado. Como estavam presentes apenas o “Guilherme” e a “Leonora” fomos direto para a improvisação do 4º quadro do texto de “Amadores”. O diretor pediu apenas que Rony sentasse-se em pequeno banco e iniciassem.

O resto da noite prendeu-se apenas nas quatro primeiras falas do 4º quadro, tanta é a diversidade de intenções e interpretações existente em suas entrelinhas.
Luiz Fernando instigava a todo momento os atores a pensar nas circunstâncias de seus atos e nos “por quês” de suas intenções.

A mim, que filmava a tudo, ficou claro que estávamos diante de dois seres humanos muito profundos e simples ao mesmo tempo, simples seres humanos normais. Vi que os dois atores se enquadram no “perfil” se é que ele existe.

Observar as intenções propostas pelos atores me faz tentar fechar cenograficamente a cena e iluminar cenicamente suas ações, tarefa difícil, uma vez que ainda estamos engatinhando, mas já vejo um cenário, talvez não seja ele, mas já podemos sentar a equipe técnica e começar a esquadrinhar fisicamente os “Amadores”.

Em dado momento do ensaio o diretor pediu aos atores que tentassem dominar fisicamente um ao outro, e começaram uma verdadeira sessão de vale-tudo. Ao final do exercício o diretor falou que as intenções da cena tinham a ver com aquilo, os personagens sempre tentam dominar um ao outro, há um jogo o tempo todo. Pensando nisso os atores voltaram ao improviso, junto às instigações da direção, até que decidimos sentar em circulo e conversar a respeito do ensaio e da perda de um ator. Neste momento, tentando buscar na mente alguém que se enquadrasse no “perfil” de “Valter”, acabamos por perceber a imensa complexidade do personagem e responsabilidade que o ator vai ter que assumir por ter que carregar o espetáculo inteiro nas costas, uma vez que “Valter” é onisciente e onipresente na trama, e na proposta da encenação.

Com a responsabilidade de acharmos o nosso novo “paladino” encerramos o encontro.
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